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sábado, setembro 13, 2003

INCÊNDIOS, NOVAMENTE... 

Socorro-me das questões da "Visão" desta semana: "Como é possível que os fogos lavrem mal o mercúrio sobe nos termómetros? É normal haver uma «época de fogos», tal como existem a época balnear e a de caça? Portugal aprendeu com a calamidade de há um mês? Que futuro para a nossa floresta? Quem é responsável?"
A origem dos incêndios "só pode ser o fogo posto"; trata-se portanto de um crime, que é imperioso evitar, prevenir, controlar, punir!
[254]

“QUINTO IMPÉRIO” 

Na sequência da apresentação da "Mensagem", deixo mais uma nota: o “Quinto Império” acontecerá em 2025, segundo conta Jorge Marques no seu livro “D. Sebastião morreu velho no México casado com uma índia”, obra recentemente editada pela Campo das Letras.
Nesta "ficção da história", D. Sebastião, depois de perder a batalha, teria fugido, disfarçado de árabe, vivendo no palácio de um sultão, tendo sido aprisionado pelos espanhóis em Granada, sendo posteriormente pirata e companheiro de Francis Drake, acabando por se converter à cultura maia.
[253]

“MENSAGEM” – FERNANDO PESSOA (VI) 

A III Parte - “Encoberto” integra: (i) “Os Símbolos” (“D. Sebastião”, “O Quinto Império”, “O Desejado”, “As Ilhas Afortunadas” e “O Encoberto”; (ii) “Os Avisos” (“O Bandarra”, “António Vieira” e “Terceiro”); (iii) “Os Tempos” (“Noite”, “Tormenta”, “Calma”, “Antemanhã” e “Nevoeiro”).

Começa por mostrar-se a convicção no regresso do “Desejado” – o mito central do sebastianismo – (“É Esse que regressarei”), não correspondendo porém, necessariamente, a um ente individual, devendo, em alternativa, consubstanciar-se no conjunto do povo português, agindo sob a vontade de Deus.

O “Encoberto” surge como uma alusão à misteriosa Ordem dos Rosa-Cruz, em cujos princípios se deverá basear o Quinto Império (“Grécia, Roma, Cristandade, / Europa – os quatro se vão”):
Quando virás, ó Encoberto,
Sonho das eras português,
Tornar-me mais que o sopro incerto
De um grande anseio que Deus fez?


Também o Padre António Vieira foi um dos profetas do Quinto Império, manifestando na sua “História do Futuro” o seu místico sebastianismo. No decurso das suas missões no Brasil, escreveu um tratado designado “Esperanças de Portugal, Quinto Império do Mundo”.
Em “Os Tempos”, os irmãos “Poder” e “Renome” representam, respectivamente, o Império português e a fama que universalizou Portugal.
E, depois da “Tormenta”, vem a “Calma”… O “Antemanhã” representa aquilo por que é necessário passar antes do despertar.
O “Nevoeiro” antecede a chegada da luz (segundo o mito, D. Sebastião voltaria numa manhã de nevoeiro); na confusão do nevoeiro:
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem”.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro…
É a Hora!


Valete, Fratres”.

E, com este “Adeus irmãos”, termino aqui esta brevíssima apresentação da "Mensagem".
Para amanhã - e a fechar esta semana de Pessoa -, fica a promessa de um dos mais belos poemas: "Tabacaria".
[252]


1933 – ESTADO NOVO 

“Nova Constituição Política estabelece um regime antiparlamentar. É reforçada a censura prévia à Imprensa. Os direitos individuais são subordinados ao interesse nacional determinado pelo poder.”
[251]

1933 – HITLER CHANCELER 

“Com a Alemanha mergulhada em crise política, Adolfo Hitler é nomeado chanceler. Dissolve o Reichstag (Parlamento alemão, onde o Partido Nacional-Socialista dispõe de maioria relativa) e, num clima de intimidação dos adversários e fazendo apelo ao orgulho nacionalista ressentido dos compatriotas, promove eleições, de que sai vencedor. É o princípio da ditadura nazi, com a extinção dos sindicatos e dos partidos. O incêndio do Reichstag (presumivelmente de autoria nazi) é atribuído aos comunistas, sendo o pretexto para as perseguições de todos os opositores ao regime, tratados como criminosos e traidores. Os judeus começam a ser perseguidos. Neste ambiente político, a Alemanha assina uma concordata com a Igreja e abandona a Sociedade das Nações.”
[250]

"Entrada do dia" (Sexta) - Retorta 

"Famílias"
"Quando começam a discutir as famílias de cada um, dá-me sempre vontade de ir dormir uma sesta. Evoco mentalmente uma sala enorme povoada por uma mole indistinta de vultos, vultos esses que não conseguimos diferenciar uns dos outros em vista da sua semelhança extrema".

Pode ler o texto completo no Retorta.

sexta-feira, setembro 12, 2003

“MENSAGEM” – FERNANDO PESSOA (V) 

Vasco da Gama realizou a extraordinária façanha, o grande objectivo dos Descobrimentos: a conquista da Índia por via marítima (“Os Deuses da tormenta e os gigantes da terra / Suspendem de repente o ódio da sua guerra / E pasmam”).

Este empreendimento teria naturalmente custos significativos, causando grandes sofrimentos, com muitas vidas perdidas:
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
;

mas valeu a pena?:
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quere passar além do Bojador
Tem de passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu
.”


O desastre de Alcácer Quibir, o mistério que envolve o desaparecimento de D. Sebastião deverá ser o impulso para o renascimento de Portugal:
Não sei a hora, mas sei que há a hora,
Demore-a Deus, chame-lhe a alma embora
Mistério.
Surges ao sol em mim, e a névoa finda:
A mesma, e trazes o pendão ainda
Do Império
.”
.

Seguiu-se a perda da independência (“Senhor, a noite veio e a alma é vil”), mas é preciso acreditar que é possível renascer:
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda
.”
.
[249]



1932 – “NEW DEAL” 

“O candidato democrata, Franklin D. Roosevelt, é eleito presidente dos EUA, mantendo-se no cargo por três mandatos, até 1945. A sua política, denominada “New Deal”, preconiza a intervenção do Estado na vida económica.”

“Notícias do Milénio”, publicação dos jornais do “Grupo Lusomundo”, Julho de 1999
[248]


1932 – “ADMIRÁVEL MUNDO NOVO” 

“Publicado este livro do romancista inglês Aldous Huxley, visão impressionante de um futuro dedicado ao prazer e controlado pela tirania totalitária.”
[247]

Entrada do dia (Quinta) - Desejo Casar 

“E você? Já escolheu o seu 11 de Setembro?”
“Acho espantoso que a blogosfera, em vez de prestar homenagem às vítimas ou, simplesmente, evitar repisar um território tão exaustivamente percorrido, se perca, em pleno segundo aniversário do 11 de Setembro, em estéreis discussões – como quase, quase, sempre – acerca daquilo que entendem por esquerda e direita.
...
E, de repente, de que é que se ia falar hoje? Do 11 de Setembro. Ah! É verdade!”


Pode ler o texto completo no Desejo Casar.

quinta-feira, setembro 11, 2003

“MENSAGEM” – FERNANDO PESSOA (IV) 

A II Parte - “Mar Português” inclui: “O Infante”; “Horizonte”; “Padrão”; “O Monstrengo”; “Epitáfio de Bartolomeu Dias”; “Os Colombos”; “Ocidente”; “Fernão de Magalhães”; “Ascensão de Vasco da Gama”; “Mar Português”; “A Última Nau” e “ Prece”.

A posse do mar, permite a ligação do mundo (relembrando o Infante D. Henrique):
Deus quere, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse
.”
,

mas a missão de Portugal não está ainda concluída:
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
;

não basta o “mar com fim”:
E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português
.”
,

é necessário o “mar sem fim”, através do qual se alcançará um ponto divino:
E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na terra calma
O porto sempre por achar
.”


Tal como o Adamastor em “Os Lusíadas”, o “Monstrengo” representa o temor de vencer sentido pelos marinheiros, mas, ao mesmo tempo, os obstáculos a vencer:
E disse: “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?”
E o homem do leme disse, tremendo:
“El-Rei D. João Segundo
!””


Colombo, que tentara durante anos o apoio do Rei de Portugal, acabaria por descobrir o Novo Mundo sob a égide dos reis católicos de Espanha; significa aqui as oportunidades perdidas (“Outros haverão de ter / O que houvermos de perder”), mas também que a missão de Portugal vai mais além da dos “Colombos” (“Mas o que a eles não toca / É a Magia que evoca / O longe e faz dele história.”).
“Ocidente” porque Portugal, sendo a "cabeça da Europa", tem de cumprir a missão do Ocidente.
[246]


11.09.01 

Passaram 2 anos…
Desde esse dia, ficámos a saber que não existem “regras de ética” que obstem ao massacre de inocentes.
Para que não seja esquecido

P.S. O 11 de Setembro de 2001 "live" no "blogue" de Andrew Sullivan.
[245]

1931 – ARRANHA-CÉUS 

“Termina em Nova Iorque a construção do Empire State Building, da autoria do arquitecto William van Allen. Com 86 andares, eleva-se 380 metros acima do solo, “destronando” a Torre Eiffel como edificação mais alta do mundo.”.
[244]

1931 – ESPANHA 

“Com a queda da ditadura de Primo de Rivera e o êxito republicano nas eleições, o rei Afonso XIII parte para o exílio, sendo proclamada a República em Espanha.”
[243]

quarta-feira, setembro 10, 2003

EURO 2004 

França (actual campeão da Europa), Bulgária, R. Checa e Suécia são os primeiros países apurados para a fase final do Campeonato da Europa de Futebol, em 2004, juntando-se assim ao país organizador, Portugal.
Na competição pelas restantes 11 vagas disponíveis, encontram-se ainda 25 selecções; foram entretanto já "eliminados" 21 dos países concorrentes.
Eslovénia e Holanda estão já qualificados para os play-off, nos quais os 10 segundos classificados de cada grupo da fase de qualificação se defrontarão para apuramento dos últimos 5 finalistas.
Grécia (favorita) ou Espanha e Inglaterra ou Turquia serão os dois primeiros dos respectivos grupos, apurando-se para a fase final ou para os play-off. A Croácia e a Bélgica disputam o 2º lugar do respectivo grupo.
Nos grupos de competição "mais renhida", Dinamarca (favorito ao apuramento directo), Roménia, Bósnia-Herzegovina e Noruega (possivelmente o principal candidato ao 2º lugar); Hungria (favorita para o 2º lugar), Polónia e a Letónia (eventual surpresa); Alemanha e Islândia (que podem ainda vencer o grupo) e Escócia e Lituânia; Itália e País de Gales (que competem ainda pelo 1º lugar) e Finlândia; Suíça, Irlanda e Rússia, são os países ainda envolvidos na disputa dos dois primeiros lugares dos respectivos grupos, visando, ou a qualificação directa, ou o apuramento para os play-off.
[242]

OPTIMISMO vs. PESSIMISMO 

O Instituto de Estradas de Portugal (IEP) não encontrou responsáveis da queda da passagem pedonal no IC-19, em Sintra, no domingo.
O Instituto aponta como causas do sucedido "defeitos de fabrico, falta de conservação, tendo a sua fragilidade sido agravada pelos repetidos embates de viaturas", tendo sido ainda referida a"teoria do caos" para explicar o acidente!
Mais um episódio a dar razão ao “Pessimista” (um “blogue” que promete bastante) e a fazer-nos recear pela nossa segurança. E eu que queria (quero) continuar a acreditar que o “Optimista” poderá continuar a acrescentar situações positivas à sua lista…

P.S. O Companhia de Moçambique continua a desenvolver o tema das políticas coloniais do Estado Novo.

P.S.2 Outro "blogue" que, inevitavelmente, vai dar (muito) que falar: o barnabé nasceu hoje! Seja bem-vindo!
[241]



“MENSAGEM” – FERNANDO PESSOA (III) 

“As Quinas” começam com “O Eloquente” D. Duarte, prosseguindo com os Infantes D. Fernando, o “santo cavaleiro”:
Deu-me Deus o seu gládio, porque eu faça
A sua santa guerra
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma
,

D. Pedro e D. João; finaliza com a “personagem-símbolo”, o (“loucamente”) ambicioso D. Sebastião:
Louco, sim, louco, porque quis grandeza
Qual a sorte a não dá
Minha loucura, outros que me a tomem
Com o que nela ia
Sem a loucura que é o homem
Mais que a besta sadia,
Cadáver adiado que procria
?”
.

A “loucura pela grandeza” de D. Sebastião alia-se de seguida ao misticismo da espada de Nuno Álvares Pereira, o líder preparado para a batalha:
Mas que espada é que, erguida,
Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida
Que o Rei Artur te deu
.

A I Parte conclui-se com: o Infante D. Henrique, o senhor do mar, com “O globo mundo em sua mão”; D. João II, uma das figuras de maior influência na História da humanidade, por via do decisivo impulso dos Descobrimentos:
Braços cruzados, fita além do mar.
Parece em promontório uma alta serra –
O limite da terra a dominar
O mar que possa haver além da terra
;

e, por fim, o vice-rei da Índia D. Afonso de Albuquerque.
[240]



VALE TUDO (?) 

É um princípio filosófico que todas as acções podem ser analisadas como meios para obtenção de um fim, meta ou objectivo.
Quando, no século XVI, Nicolau Maquiavel escreveu o livro “O Príncipe”, um “manual de política” susceptível de diferentes interpretações, deu origem a um conjunto de princípios, que apelidamos de “maquiavélicos” e que associamos usualmente à ideia de práticas “astuciosas ou traiçoeiras”.
Maquiavel nunca terá chegado a escrever a sua frase mais famosa: “Os fins justificam os meios”; mas ela será o melhor resumo da sua forma de pensar (“um príncipe não deve medir esforços nem hesitar, mesmo que diante da crueldade, se o que estiver em jogo for a integridade nacional e o bem do seu povo”).
Porém, com aquela máxima, Maquiavel não quereria significar que qualquer atitude será justificável em função do objectivo; mas antes, que os fins determinam os meios; em função de um objectivo, serão traçados planos / etapas para os atingir.
Nos dias de hoje, os estímulos ao consumo e à competição (numa sociedade que, teoricamente, se fundamenta na “meritocracia”) levam a uma busca desenfreada de dinheiro, fama, poder e posição social.
No desporto, como na (competição da) vida, numa interpretação extensiva da referida máxima, os fins parecem justificar (todos) os meios.
A “pureza” do fair-play do futebol criado pelos ingleses “já lá vai” há quase dois séculos, mas, ainda assim, será possível ter a mesma satisfação/realização com uma vitória com recurso a artifícios “ilegais” (um golo com o braço) – mesmo que se reconheça que terá resultado de um “impulso momentâneo”, de uma grande “vontade” ou anseio de ganhar, da “pressão” do cronómetro a aproximar-se do final – que com a que decorreria de uma vitória “justa”? Não ficará sempre aquele “pequeno nó na garganta”, aquela “espinha cravada”? E se fosse “ao contrário”? O que iríamos dizer?
A finalizar, ainda mais uma pergunta (não inocente): será apenas por “brincadeira” que alguns “blogues” incluem “entradas” do tipo “neste blogue, não se fala deste e daqueloutro assunto…” (sendo o “assunto” os temas “sensacionalistas” ou com palavras-chave mais apelativas às buscas “googlianas”), ou “neste blogue, não encontrará fotos de…” ?
[239]

1930 – BURLA DO SÉCULO  

“É seu protagonista Alves dos Reis, condenado a oito anos de prisão e 12 de degredo. Tudo começa em Angola, quando se faz passar por engenheiro e compra, com cheque sem cobertura, a maioria das acções da Companhia de Caminhos de Ferro Transafricanos. Já em Lisboa, forja contrato, em nome do Banco de Portugal, com a firma de Londres que imprime o papel-moeda, com vista à emissão de 200 mil notas de 500 escudos. Funda um banco e inunda o mercado financeiro com notas falsas. A fraude é descoberta em 1935, quando se detecta a duplicação de notas em circulação.”
[238]

1930 – SUPERMERCADO 

“Criada nos EUA a primeira grande superfície comercial, o supermercado, que se disseminará por todo o mundo.”
[237]

"Entrada do dia" (Terça) - Companhia de Moçambique 

“As políticas coloniais do Estado Novo – 2”
“Talvez pudéssemos começar por definir Estado Novo. A mais exaustiva caracterização económica, social e política do Estado Novo encontra-se no texto de Fernando Rosas (1986), "O Estado Novo nos anos 30".

O período compreendido entre 1926 e 1959 corresponde à designada fase autocrática do Estado Novo. Por Estado Novo aqueles historiadores designam o período da história contemporânea portuguesa compreendido entre 1926 e 1974 e que corresponde “à modalidade nacional de superação autoritária da crise em que se debitam os sistemas liberais em geral, e o português em particular, desde os finais do século XIX.””


Vale a pena continuar a ler o texto completo no Companhia de Moçambique.

terça-feira, setembro 09, 2003

“MENSAGEM” – FERNANDO PESSOA (II) 

A I Parte - “Brasão” compreende: (i) “Os Campos” (“O dos Castelos” e “O das Quinas”); (ii) “Os Castelos” (“Ulisses”, “Viriato”, “O Conde D. Henrique”, “D. Tareja”, “D. Afonso Henriques”, “D. Dinis” e “D. João I e D. Filipa”); (iii) “As Quinas” (“D. Duarte, rei de Portugal”, “D. Fernando, infante de Portugal”, “D. Pedro, regente de Portugal”, “D. João, infante de Portugal” e “D. Sebastião, rei de Portugal”); (iv) “A Coroa”; (v) “O Timbre”.

Falando da Europa ("A Europa jaz, posta nos cotovelos"), o autor começa por sugerir a missão de Portugal ("De Oriente a Ocidente jaz, fitando"; "Fita, com olhar ‘sfingico e fatal, / O Ocidente, futuro do passado"), tendo como um dos aspectos fundamentais a ligação do Oriente ao Ocidente, não apenas do ponto de vista geográfico, mas também a nível dos valores espirituais.

A glória tem um preço ("Compra-se a glória com desgraça"); só pode ser alcançada quando o ter não for colocado à frente do ser:
Baste a quem baste o que lhe basta
O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma é vasta:
Ter é tardar
.

N'“Os Castelos”, surgem os nobres brasões como arquétipos: o guerreiro e lutador Ulisses (fundador da cidade de Lisboa – "Este que aqui aportou"); Viriato, o símbolo do heroísmo e do espírito da independência lusitana:
Nação porque reencarnaste
Povo porque ressuscitou
Ou tu, ou o de que eras a haste –
Assim se Portugal formou
;

o Conde D. Henrique:
A espada em tuas mãos achada
Teu olhar desce.
Que farei eu com esta espada?
Ergueste-a, e fez-se
;

a “mãe-pátria” D. Tareja ("Ó mãe de reis e avó de impérios, / Vela por nós!"); o “pai” D. Afonso Henriques ("Dá-nos o exemplo inteiro / E a tua inteira força!"); "O plantador de naus" D. Dinis; D. João I ("Mestre, sem o saber, do Templo / Que Portugal foi feito ser") e D. Filipa, a mãe da “Ínclita geração”:
Que enigma havia em teu seio
Que só génios concebia?
Volve a nós teu rosto sério,
Princesa do Santo Gral,
Humano ventre do Império,
Madrinha de Portugal
.
[236]


1929 – GRANDE DEPRESSÃO 

““Crash” da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 24 de Outubro, Sexta-feira Negra. Provoca o colapso da economia americana, com reflexos em todo o mundo. Início do período denominado “Grande Depressão”.”
[235]


segunda-feira, setembro 08, 2003
No Janela para o rio, desafia-nos o Nuno P. a comentar a sua “entrada” com o título “Reflexões”, em que questiona nomeadamente:

“a) Porque não pode um comunista ser católico praticante? A igualdade entre todos é incompatível com a fé em Deus?
b) Como é que as estatísticas demonstram que mais de 75% da população é católica, mas pelo menos metade da população vota à esquerda? Quer isto dizer que a abstenção é quase toda crente?
c) E as outras religiões, alguém que é budista, judeu, muçulmano, protestante ou outra religião qualquer, também é tendencialmente de direita?”


Na minha opinião, em muitos casos, e um pouco à semelhança da “escolha” do clube a que pertencemos – e tal como diz o Nuno – a escolha religiosa é de facto, numa primeira análise, determinada pela opção familiar. Não concordarei porventura na totalidade com a sua asserção de que a escolha política seja uma decisão do foro racional.
Não obstante haver “n" exemplos que irão contrariar a minha ideia (por exemplo, os irmãos Portas – Miguel, Paulo e Catarina – que, salvo erro, eram, ou são, afectos a três partidos diferentes; embora, também neste caso, a maior convivência com o pai – “de esquerda” - ou com a mãe – “de direita” - não tenha, inevitavelmente, deixado de fazer sentir as “suas marcas”), penso igualmente que a escolha “primária” (muitas vezes na adolescência) de um partido / área política não será tão consciente quanto isso, dependendo também, em larga medida, da inserção social e, mais uma vez, da influência familiar.
Talvez seja mais "fácil", isso sim (e temos também muitos exemplos disso, desde logo o primeiro-ministro Durão Barroso…) uma evolução nas orientações políticas, ao longo da vida, a qual não será possivelmente tão marcada (e portanto muitas vezes não acompanhada) a nível religioso.
Isto, claro, sem prejuízo, de logo à partida, qualquer “família” poder ser “de esquerda” e manter convicções católicas (por exemplo, António Guterres), uma vez que - concluindo - não me parece que seja necessária ou implícita tal correlação de “ideais”.

P.S. Podem ver este "manual" de como "fazer um bom weblog".
[234]

LITERATURA NO LICEU 

A propósito de literatura, dizia Pacheco Pereira há poucos dias: "Só para se perceber a diferença, e para não parecer que digo mal de tudo o que é francês, veja-se a lista de livros que um aluno de francês do equivalente ao 11o. ano português, tem como leituras obrigatórias este ano: de Shakespeare, Hamlet, Otelo, e Macbeth , a Metamorfose de Kafka, Andromaca de Racine, Escola das Mulheres de Moliére, Pierre e Jean de Maupassant, o Estrangeiro de Camus, Huis Clos e As Moscas de Sartre".
Também é capaz de ser um "bocadinho demais" (!?) ...
[233]

“MENSAGEM” – FERNANDO PESSOA (I) 

A ideia da predestinação nacional é central nesta obra, cuja apresentação farei nos próximos dias (como "Livro do Mês"), com excertos dos poemas de Fernando Pessoa; não se tratando embora da apologia do povo português ao estilo camoniano, faz-se sentir o valor simbólico dos heróis do passado e o apelo à utopia, para a "glorificação" de Portugal.

A “Mensagem” (livro de poemas, formando realmente um só poema) tem três grandes “andamentos”:

- na primeira parte, “Brasão”, o autor apresenta o Portugal profundo, o Portugal “rosto da Europa”, destacando os “construtores da pátria”, assim como algumas características indispensáveis à realização dos Descobrimentos;

- a segunda parte, “Mar Português, dá-nos uma fotografia, ao mesmo tempo épica e dramática, do que foi a grandiosa, mas dolorosa empreitada dos Descobrimentos (uma missão cumprida como missão divina, mas com um preço significativo, que leva à interrogação “Valeu a pena?”);

- na terceira e última parte, “O Encoberto”, defende-se a possibilidade da regeneração nacional pelo mito e pelos seus símbolos, mesmo se, em termos políticos, económicos, sociais e culturais, tudo pudesse parecer perdido…

Para o poeta, o mito sebastianista deve ser aproveitado, de forma a estabelecer a atmosfera espiritual necessária à realização do Quinto Império (“parte, antes, com a civilização em que vivemos, do Império espiritual da Grécia, origem do que espiritualmente somos. E, sendo esse o Primeiro Império, o Segundo é o de Roma, o Terceiro, o da Cristandade, e o Quarto o da Europa – isto é, da Europa laica de depois da Renascença”) – um Império não no sentido do guerreiro, territorial ou material, mas no sentido de um Império do Espírito e da Cultura.
A contínua actualidade da “Mensagem” faz pensar e renovar espiritualmente a "nação" portuguesa, constituíndo um incitamento ao reforço do seu papel no mundo.
[232]


1928 – ORÇAMENTO EM CAUSA  

“Salazar volta a sobraçar a pasta das Finanças. Condição prévia: tutelar a acção de todos os ministérios, para o “equilíbrio orçamental”.”
[231]

"Entrada do dia" (Domingo) - Terras do Nunca 

"Nós, os democratas"
"Incomoda-me a suspeição que nos últimos tempos se levanta contra quem, na praça pública, ousa opinar ou seja mero porta-voz de pontos de vista dos quais se discorda.
Acho que isso passou a ser mais patente com a guerra do Iraque. É impossível, repito, impossível discutir seja o que for sem que, de imediato, nos colem etiquetas baseadas em meros preconceitos.
Sei, de há muito, de que lado estou. Do lado da democracia. E até digo mais: estou do lado dos valores do Ocidente, por xenófobo que isto possa parecer.
...
É por isso que quero discutir a intervenção americana no Iraque sem ser acusado, sem apelo nem agravo, de anti-americanismo. Porque não sou anti-americano. Toda a minha cultura é mais americana que outra coisa e não me queixo.
Sou contra o terrorismo (vejam o ponto a que chegámos, já temos que reafirmar evidências...)".


Pode ler o texto completo aqui.

domingo, setembro 07, 2003

CURIOSIDADE 

Porque hoje é domingo: Porque é que os pneus são pretos?

REVISTA(s) DA SEMANA 

Visão (4 Setembro)
No circuito desde 1976, a Festa do “Avante!” inicia esta sexta-feira, na Quinta da Atalaia, Seixal, mais uma edição de três dias recheados de espectáculos e debates.
O Conselho Jurisdicional do PS/Porto decidiu expulsar a ex-presidente da Câmara de Felgueiras e o seu ex-marido após a fuga à justiça da primeira e das agressões a Francisco Assis, nas quais o segundo terá, alegadamente, participado.
O Tribunal da Relação de Lisboa decidiu hoje por unanimidade recusar o pedido de afastamento do juiz Rui Teixeira do processo Casa Pia, por o considerar "manifestamente infundado".
A menos de uma semana do segundo aniversário do 11 de Setembro, o departamento norte-americano de segurança do território repete os alertas sobre os riscos de um atentado contra os EUA ou tendo como alvo interesses americanos em todo o mundo.
Ramiro Lopes da Silva, representante da ONU no Iraque, defende, numa entrevista publicada na VISÃO de hoje, que as «forças de ocupação» têm de restabelecer a ordem o quanto antes, para evitar um conflito generalizado.


Economist (5 Setembro)
”As coisas” começam a ficar complicadas para o Presidente Bush em 2004. Cai nas sondagens e os maiores obstáculos à sua reeleição – a crise económica e a crescente violência no Iraque – requerem soluções opostas: para “levantar” a economia, Bush deveria cortar nas despesas públicas; mas para triunfar no Iraque, Bush deve disponibilizar mais fundos.
Também complexa a situação em Myanmar, onde Aung San Suu Kyi continua sob custódia, não tendo sido avistada por independentes desde Julho. Os generais que governam o país anunciaram, no último fim-de-semana, que a democracia é uma prioridade máxima, mas “qualquer intenção no sentido de restaurar a democracia não fará sentido sem a participação de Suu Kyi e do seu partido, Liga Nacional para a Democracia”.

New York Times Magazine (7 Setembro)
Michael Ignatieff oferece uma recapitulação histórica das intervenções americanas no estrangeiro.
Após breve análise das “enganadoras” razões invocadas por Bush & Cª para a invasão do Iraque – se tivessem simplesmente explicado que a Arábia Saudita deixou de constituir um aliado fiável no Médio Oriente e que é portanto necessário “criar” um outro, o público americano não se importaria tanto com esta longa e dispendiosa reconstrução – conclui sobre a necessidade de reformar as Nações Unidas.
As “novas” Nações Unidas devem privilegiar os direitos humanos sobre a soberania dos Estados e um Conselho de Segurança alargado deveria eliminar os vetos e passar a tomar decisões por maioria.

Newsweek (8 Setembro)
Relata que o autismo pode resultar “de um desequilíbrio entre dois tipos de inteligência: a utilizada para compreender as pessoas… e a usada para compreender as coisas.”
O psicólogo Simon Baron-Cohen defende que as razões porque acha que o autismo é mais comum nos homens.

Time (8 Setembro)
A capa da Time "What's Next?" promete previsões sem medo. Recapitula também o capítulo final de “Why America Slept”, o novo livro de Gerald Posner. De acordo com Posner, o líder da Al-Qaeda Abu Zubaydah, capturado o ano passado, foi levado para um complexo afegão onde foi interrogado por árabe-americanos. Zubaydah afirmou, entre outras coisas, que o chefe da espionagem saudita canalizava fundos para Osama Bin Laden desde 1991.

Pode ver mais aqui.
[230]


AS RELIGIÕES NO MUNDO (II) 

4. “Crentes”:
- Judaísmo – 14 milhões (concentram-se sobretudo em Israel e nos EUA, mas também na Europa e na Rússia).
- Hinduísmo – 733 milhões (concentram-se no subcontinente indiano).
- Budismo – 320 milhões (concentram-se na Ásia oriental, mas em franco crescimento na Europa e nos EUA).
- Cristianismo – 1 800 milhões (55 % católicos; 35 % protestantes; 10 % ortodoxos), espalhados por todos os continentes.
- Islamismo – 980 milhões (83 % sunitas e 17 % xiitas), repartem-se pela África, Ásia e, crescentemente, pela Europa.

5. “Princípios”:

- Judaísmo – Deus é único, eterno e abstracto; o Seu povo é o povo judeu e, no final dos tempos, o Messias libertá-lo-á da opressão; existe vida para além da morte, com uma recompensa para os justos e um castigo para os pecadores.

- Hinduísmo – Existem muitos deuses, como Brahma, Vishnu e Shiva, mas uma só realidade subjacente; as pessoas que levem vida justa reencarnarão numa forma de vida superior; os maus reencarnarão numa forma de vida inferior.

- Budismo – A vida é uma sequência de nascimento, morte e reencarnação ["Renascimento", segundo o comentário de um leitor atento]; a plenitude atinge-se com bons pensamentos e boas acções; o sábio deve libertar-se dos desejos e das paixões, que só produzem sofrimento.

- Cristianismo – Deus é único, eterno e abstracto; Jesus Cristo é o Seu filho, e fez-se homem para redimir a humanidade; existe uma vida para além da morte e, depois do juízo final, justos e pecadores, serão separados para a eternidade.

- Islamismo – Só há um Deus e Maomé é o seu único profeta; é necessário rezar na direcção de Meca, praticar a caridade, jejuar no mês do Ramadão e peregrinar uma vez na vida à cidade santa de Meca.

Fonte: "Notícias do Milénio"
[229]

1928 – PENICILINA 

“O médico britânico “Sir” Alexander Fleming descobre a penicilina, medicamento antibiótico bactericida, comprovando os seus efeitos no tratamento das doenças contagiosas. Em 1945 será galardoado com o Nobel.”
[228]

1928 – RATO MICKEY 

“Primeiro filme com o Rato Mickey do realizador americano Walt Disney, pioneiro dos desenhos animados e fundador da Disneyland.”
[227]

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